Ao longo das últimas décadas, Mauro Restiffe vem compondo um arquivo de imagens, em sua maior parte em preto e branco, capturadas com a mesma câmera analógica. Embora declare não se interessar por temas específicos, o artista repetidas vezes fotografa cenas e espaços comuns, desmonumentalizados. São imagens da arquitetura, cenas urbanas, paisagens, momentos de intimidade. Mesmo quando fotografa temas épicos, como episódios políticos importantes, seu olhar se volta para o que parece às margens dos eventos. Nos snapshots que Restiffe faz de seus interlocutores nasce uma dimensão íntima e contemplativa de sua obra. A granulação típica do formato analógico – gesto de recusa ao caráter descartável das imagens digitais – dão às suas fotografias um ruído atmosférico que as situa entre a rememoração e a narrativa.
Dentre suas exposições individuais recentes destacam-se Santo Sospir: Mauro Restiffe/Jean Cocteau, Nouveau Musée National de Monaco, Monaco (2023); Amanhã de manhã, Galeria Zé dos Bois, Lisbon, Portugal (2022); Laço rastro traço | Rastro traço laço, Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo, Brasil (2021); Mauro Restiffe: History as Landscape, OGR Torino, Turim, Itália (2019); São Paulo, Fora de Alcance, Instituto Moreira Salles, São Paulo, Brazil (2018) e Álbum, Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brazil (2017). Restiffe também participou das exposições coletivas Chosen Memories:Contemporary Art From Latin America – Art from the Patricia Phelps de Cisneros Gift and Beyond, MoMA – Museum of Modern Art, New York, U.S.A. (2023); Histórias Brasileiras, MASP – Museu de Arte Assis Chateaubriand, São Paulo, Brazil (2022); On the line: documents of risk and faith, CAC – Contemporary Arts Center, Cincinnati, U.S.A. (2022); Faz escuro mas eu canto, 34ª Bienal de São Paulo, São Paulo, Brasil (2021); O Canto do Bode, Casa da Cultura de Comporta, Comporta, Portugal (2021); Nothing Stable Under Heaven, SFMOMA, San Francisco, U.S.A. (2018);12th Gwangju Biennale, Gwangju, Coreia do Sul (2018).
Restiffe tem obras em importantes coleções públicas, tais como Bronx Museum of the Arts, Nova York, Estados Unidos; Centro Galego de Arte Contemporanea, Santiago de Compostela, Espanha; Colección Cisneros, Caracas, Venezuela; Fondazione Fotografia Cassa di Risparmio di Modena, Modena, Itália; Fundación ARCO, Madrid, Espanha; Galeria Zé dos Bois, Lisboa, Portugal; Instituto Inhotim, Brumadinho, Brasil; Instituto Moreira Salles, Rio de Janeiro, Brasil; MAC USP – Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil; MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil; MFA – Museum of Fine Arts Boston, Boston, EUA; MoMA – The Museum of Modern Art, Nova York, Estados Unidos; MON – Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; SFMOMA – San Francisco Museum of Modern Art, San Francisco, Estados Unidos; TBA21 – Thyssen-Bornemisza Art Contemporary, Viena, Áustria; e Tate Modern, Londres, Reino Unido.