
Cristiano Lenhardt
Brotocarta: natureza e artifício
8 Nov – 24 Jan 2025
Abertura
8 Nov, 15h–19h
Carpintaria
Rua Jardim Botânico 971,
Rio de Janeiro
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A Fortes D’Aloia & Gabriel tem orgulho de apresentar Brotocarta, a primeira exposição individual de Cristiano Lenhardt no Rio de Janeiro, reunindo novas obras que expandem suas investigações em torno da linguagem, da percepção e dos códigos visuais. A lógica por trás do título da mostra reflete um procedimento que o artista revisita ao longo de sua trajetória, no qual sons da floresta, palavras e onomatopeias animais são traduzidos em uma escrita gráfica, depois empregada como emblema visual. Formado pelas palavras broto e carta, o título sintetiza uma articulação entre formas naturais e uma subjetividade em movimento. Cada peça funciona como uma transcrição de ocorrências ambientais — um sistema visual que reinventa as relações entre os mundos humano e não humano, entre som e escrita, memória e invenção.
A mostra reflete a abordagem multidisciplinar de Lenhardt e sua recente incorporação da cerâmica como elemento fundamental de sua linguagem formal e conceitual. Na série Desfazer Para Fazer, a cerâmica aparece aplicada sobre tecidos tingidos naturalmente, enquanto em Módulo Inexato (2025) atua como moldura que abriga colagens intrincadas em alumínio. Relevos de parede semelhantes a quebra-cabeças, intitulados Pastilhona, aprofundam esse jogo entre textura e superfície no suporte mineral, queimado e esmaltado. O alumínio também surge em forma escultórica, em composições espelhadas e simetrias bilaterais que evocam portais e totens — lugares de passagem tanto físicos quanto simbólicos.
Ao longo da exposição, o motivo do portal se torna uma metáfora condutora, especialmente nas vídeo-esculturas Desenho Encampado (2025), nas quais a luz atravessa desenhos recortados em chapas metálicas. Seja por meio de cruzamentos materiais ou deslocamentos simbólicos, Lenhardt convida o público a habitar espaços de transição, onde os códigos de comunicação se expandem e as fronteiras entre disciplinas se dissolvem. O resultado é um conjunto de obras que propõe novas formas de sentir, ler e imaginar — situando a arte como uma passagem contínua entre mundos.




