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Marina Rheingantz

Sedimentar

29 Oct 2022 – 21 Jan 2023


Abertura

29 Oct, 15h–18h


Galpão

Rua James Holland 71
São Paulo

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Ensaio Crítico por Tiago Mesquita (PT)

Ensaio Crítico por Tiago Mesquita (EN)

Press release (PT)

Press release (EN)

A Fortes D’Aloia & Gabriel tem o prazer de apresentar Sedimentar, exposição de obras inéditas de Marina Rheingantz no Galpão, em São Paulo. A mostra é um marco na trajetória da artista, um
mergulho decisivo na abstração – das pinturas em grande formato, por vezes em escala monumental, às aquarelas, bordados e tapeçarias em pequena e média escala. É novo o uso visceral de manchas empastadas, em massas descontínuas e quebradiças, como feridas na superfície pictórica.

 

A tapeçaria e os bordados de Rheingantz são traduções de suas telas em outro suporte, e decompõem os gestos amplos da pintura na técnica rítmica e iterativa da tecelagem. O ponto do bordado reaparece na técnica da pintura em toques curtos de pincel, e outros elementos remetem às tramas e brocados. A repartição esquemática entre disciplinas e técnicas dá lugar a um procedimento pictórico híbrido. Esses trabalhos preenchem o trajeto entre as obras de maior escala como pontos de ancoragem na espacialidade turbulenta da exposição.

 

Marina Rheingantz: de perto e de longe1

Por Tiago Mesquita

 

Em sua nova exposição, Marina Rheingantz não facilita. Faz pinturas densas, carregadas de tinta. Pela primeira vez, é possível relacionar o que a artista faz à abstração informal. Os trabalhos são expansivos, feitos a partir da relação entre marcas orgânicas de tinta em um espaço heterogêneo. As telas têm superfície manchada, suja, empastada, com campos de cor que contaminam uns aos outros. Embora não as sejam inequivocamente, essas pinturas se aproximam da linguagem abstrata.

 

O espaço é pontuado por borrões espessos, descontínuos. Eles indicam o que está embaixo e o que está em cima; o que está mais perto e o que está mais fundo. Tais marcas, contudo, não são pontos dóceis aptos a formar um traço, um contorno, designando uma forma. Parecem mais residuais, como cacos de minerais quebradiços, amorfos, que se soltaram de algo que, outrora, foi a representação de um sólido definido, banhado pela luz.

 

O curioso é que algum horizonte se anuncia entre uma mancha e outra. Quando olhamos as pinturas de perto, a tela parece estar pontuada por essas marcas curtas e volumosas. É como se uma trama têxtil estivesse a se descosturar, desfazendo a regularidade da imagem ou do padrão. De longe, pinturas como Sensação (2022), Rastro (2022) e Suspiro (2022) se tornam mais atmosféricas, nos remetendo tanto às paisagens de Alberto da Veiga Guignard quanto aos fundos esbranquiçados de Cy Twombly. Há algum espaço que se projeta para dentro da tela, amplo e vaporoso, mas a imagem é esgarçada, indicial. Aquela vista se dilui, está quase a se perder, mas algo sobra dela e se sedimenta. As marcas irredutíveis de tinta são o que vemos de perto, o panorama o que vemos de longe. Lado a lado, elas formam a complementaridade conflituosa que tanto interessa na exposição.

 

Imagens

Vistas da exposição
Obras

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Obras

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