Os Monstros de Babaloo
28 Aug – 6 Nov 2021
Galpão
Rua James Holland 71
São Paulo
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Adriana Varejão | Aleta Valente | Antonio Henrique Amaral | Antonio Simas Xavier | Carlos Vergara | Cristiano Lenhardt | Diambe | Elyseu Visconti | Erika Verzutti | Ivens Machado | Jac Leirner | Júlio Bressane | Leda Catunda | Lenora de Barros | Luisa Brandelli | Luiz Roque | Moisés Patrício | Mulambö | Rafael Alonso | Rafael Bqueer | Roberto Magalhães | Rodolpho Parigi | Rodrigo Hernández | Rodrigo Matheus | Rodrigo Torres | Rogério Sganzerla | Rubens Gerchman | Tadáskía | Teresinha Soares | Tiago Carneiro da Cunha | Tiago Mestre | Victor Arruda | Wanda Pimentel | Yuli Yamagata
A Fortes D’Aloia & Gabriel tem o prazer de apresentar ‘Os Monstros de Babaloo’, coletiva com curadoria de Victor Gorgulho, incluindo obras de 33 artistas contemporâneos realizadas entre 1960 e os dias de hoje. A exposição referencia o filme homônimo do cineasta Elyseu Visconti (Rio de Janeiro, 1939-2014, neto do pintor Eliseu Visconti), realizado em 1970, sobre uma família grotesca e disfuncional no comando de um paraíso tropical ao sul do Equador.
A sinopse do filme de Visconti poderia facilmente espelhar o cenário político do Brasil de 2021: Babaloo, a mítica ilha, é habitada por criaturas de toda sorte: são corpos convulsivos em transe contínuo, ratos e zumbis delirantes vagando sob a incessante luz de um sol que nunca se põe. A exposição coletiva homônima referencia e reverencia a alegoria política do filme de Visconti, à época censurado pelo regime militar, e desde então raramente exibido em contexto público.
Transgressores na forma e no conteúdo, os filmes do dito cinema marginal brasileiro vieram expandir as estruturas mais rígidas (ainda que não menos inventivas) dos filmes do Cinema Novo do início da década de 1960. Apesar de breve e de frágil historicização, tal momento de radical invenção do audiovisual brasileiro é hoje lembrado por algumas das mais engenhosas alegorias sobre o Brasil, frequentemente colocando em xeque e complexificando as contraditórias noções de brasilidade e tropicalidade.
Propondo fricções de ordens diversas – narrativas, semânticas, visuais – entre artistas, obras e produções realizadas da década de 1960 até os dias de hoje, a exposição Babaloo articula uma teia narrativa de temporalidades embaçadas e aproximações insuspeitas. Um paraíso tropical colorido e cruel, forjado entre a farsa e a ficção, a beleza e a violência, a alegria e o horror.
Gostaríamos de agradecer à A Gentil Carioca, Ana Clara Simões, Anna Pitthan, Bergamin & Gomide, Casa Triângulo, Clarissa Ribeiro, Conrado Mesquita, Galeria Athena, Galeria Nara Roesler, Guilherme Teixeira, Helena Ignez, Instituto Antônio Henrique Amaral, João Pedro Schiavo, Luiz Antônio Sampaio, Mercúrio Produções, Noa Bressane, Portas Vilaseca Galeria, Sé e Sinai Sganzerla pela parceria neste projeto tão especial.