Ana Cláudia Almeida & Tadáskía
30 Nov 2024 – 24 Jan 2025
Abertura
30 Nov, 15h–18h
Galpão
Rua James Holland 71
São Paulo
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Fortes D’Aloia & Gabriel e Quadra apresentam Ana Cláudia Almeida & Tadáskía, uma exposição com curadoria de Clarissa Diniz, que ocupa simultaneamente as duas galerias, em São Paulo com uma seleção de novos trabalhos, entre esculturas, pinturas, desenhos, relevos de parede, vídeos e fotografias que exploram conexões materiais e conceituais entre cosmologia, memória e transformação. Trata-se da primeira vez que as artistas expõem no Brasil após o ingresso de Almeida no programa de Master of Fine Arts de Yale, e da exposição individual de Tadáskía no MoMA, em Nova York. Mais do que as semelhanças entre as práticas das artistas, a mostra enfatiza as fricções e distâncias que aparecem entre suas obras. Não há a aproximação pela identidade, mas o terreno de sentidos produzido pela diferença.
Nas palavras de Diniz: “As disparidades das obras de Ana Cláudia Almeida & Tadáskía não são complementares. Suas diferenças não se equivalem. As singularidades de suas obras sublinham precisamente o desconhecido que resiste à presunção de familiaridade que hoje as ronda.”
O universo material de Ana Cláudia Almeida, estabelece-se sobre a manipulação de tintas, plásticos, bastões a óleo, tecidos e imagens. A feição esvoaçante de suas obras sobre pano, o caráter acumulativo e movediço da escultura e a fragmentação caleidoscópica das pinturas de grande escala transpõem e traduzem a memória intangível em matéria. Essa dimensão se faz sentir tanto na superfície dos trabalhos, conforme Almeida permite que vestígios de gestos anteriores permaneçam na forma final, quanto de maneira conceitual e simbólica. Feita de sobreposições intensas de espaços plenos e vazios, a abstração que define as obras em exibição ressoa com essa profundidade visual e conceitual da sua obra, que espelha formal e tematicamente camadas de lembrança, práticas e rituais.
Apostando na transformação como premissa existencial e plástica, Tadáskía apresenta desenhos de grande escala em técnica mista sobre papel com bordas rasgadas. A paleta matizada da artista se desdobra em zonas cromáticas ora solares e vibrantes, ora mais crepusculares, quase noturnas. Emaranhados gráficos se combinam com relevos de chapas dobradas e esculturas, declarando uma ênfase clara sobre o volume e a distribuição de formas encorpadas no espaço. Essas composições revelam seres e estruturas que parecem apanhados em plena mutação ou que sugerem mudanças por vir. Entre imagens de fábula e estados cósmicos ou siderais, Tadáskía insiste sobre a impermanência e a transitividade, aspectos visuais e simbólicos que testemunham à saga da ladybug joaninha pelo mundo enfeitiçado e lúdico da artista.
“É a partir dessa vocação transformativa que nesta exposição profanamos o espelho como forma arquetípica da representação e da relacionalidade. Com Ana Cláudia Almeida & Tadáskía, queremos desaprender a gramática comparativa que converteu proximidades em semelhanças e naturalizou a tradução como um exercício de adequação dos sentidos alheios aos termos de nossas próprias métricas” – Clarissa Diniz