Pintando com gestos marcados e tinta espessa, Márcia Falcão articula relações entre o corpo feminino e a matéria pictórica. A artista se vale de motivos do subúrbio carioca, onde nasceu, vive e trabalha. A paleta pautada por marrons, vermelhos e outros tons de pele, busca uma representação carnuda do corpo. A agressividade das telas de Márcia Falcão incide principalmente sobre as figuras femininas que as povoam. Aqui, a carne é perfurada, talhada, lacerada e queimada numa reencenação da violência sistemática que ameaça a vida de mulheres, principalmente negras e periféricas, no Brasil. Em outras telas, por outro lado, há cenas igualmente viscerais de êxtase, instaurando a polaridade extenuante entre gozo e dor. A excitação sensorial da pintura de Falcão deriva da urgência de seus assuntos tanto quanto da vivência da artista na periferia do Rio de Janeiro.
Suas exposições individuais incluem Monuments of Flesh, Night Gallery, Los Angeles, Estados Unidos (2024); Pai Contra Mãe, Instituto Inclusartiz, Rio de Janeiro, Brasil (2023); Márcia Falcão, Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo, Brasil (2022); Márcia Falcão, Carpintaria, Rio de Janeiro, Brasil (2021) e Para Além do corpo: nudez semântica, Galeria Aymoré, Rio de Janeiro, Brasil (2020). Dentre suas exposições coletivas destacam-se Corpo-casa : Diálogos entre Carolee Schneeman, Diego Bianchi e Márcia Falcão, Pivô, São Paulo, Brasil (2024); The Big Picture, Night Gallery, Los Angeles, USA (2023); Funk! Um grito de ousadia e liberdade, MAR – Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil (2023); A Parábola do Progresso, SESC Pompeia, São Paulo, Brasil (2022); MAR + Enciclopédia Negra, MAR — Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil (2022); Crônicas Cariocas, MAR – Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil (2021); Engraved into the Body, Tanya Bonakdar Gallery, New York, USA (2021) e Ainda fazemos as coisas em grupo, Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, Brasil (2020).
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