Marina Rheingantz
Terra Líquida
5 Nov – 22 Dec 2016
Galeria
Rua Fradique Coutinho, 1500 - Vila Madalena, São Paulo
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Temos o prazer de apresentar Terra Líquida, quarta mostra individual de Marina Rheingantz na Galeria Fortes Vilaça. A artista apresenta pinturas inéditas de formatos variados, de muito grandes a bem pequenos, que operam no limiar da figuração. São paisagens mínimas que remetem a falésias, serras, mares, charcos, campos e terras caipiras, lugares visitados e inventados que se descolam do real e incorporam a geometria e a textura da pintura.
Em Terra Líquida (2016), trabalho que dá nome à exposição, emaranhados de poças d’água unificam a tela e criam caminhos entre elementos reconhecíveis que sugerem um clube hípico. Com mais de quatro metros de largura, é a maior pintura já executada por Marina, o que exigiu da artista um movimento constante de aproximação e distanciamento ao pintá-la, um movimento que se repete para o espectador. A composição sugere um processo de desconstrução de uma imagem com sucessivas camadas de pintura, resultando na reconstrução de uma memória.
No entanto, um olhar mais apurado revela o protagonismo da tinta no processo da artista. Marina não persegue uma ideia narrativa – ela deposita sobre a tela camadas de pinceladas robustas, trabalhando a superfície e ouvindo a pintura. Ao escutar a cor e a tinta, a imagem se insinua e a artista segue, agora sim de encontro a uma possível narrativa. A imagem não é o começo e nem o fim, ela acontece no meio do caminho.
Nas pinturas sobre linho da série Bordados as cores de fundo ganham tratamento quadriculado, como nos tecidos próprios para bordar, por meio de sutis alterações tonais e controladas pinceladas. Barras coloridas introduzem aos poucos novas cores no trabalho, enquanto linhas grossas traçam padrões assimétricos e sugestivas paisagens distendidas.
A abertura é pontuada pelo lançamento do livro Terra Líquida (Editora Cobogó), abrangendo toda a produção da artista, com ensaio assinado pelo crítico e curador Rodrigo Moura.
Marina Rheingantz (Araraquara, 1983) é graduada em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Integrou o grupo de jovens artistas paulistas conhecido como 2000e8, que reafirmou a força da pintura como linguagem artística nos anos recentes. Teve mostras individuais no Centro Cultural São Paulo (2012) e no Centro Universitário Maria Antônia (2011), entre outras. Exposições coletivas incluem Projeto Piauí(Pivô Arte e Pesquisa, São Paulo, 2016), Soft Power (Kunsthal KAdE, Amersfoort, Holanda, 2016), Os muitos e o um (Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2016) e No Man’s Land – Women Artists from the Rubell Family Collection (Contemporary Arts Foundation, Miami, 2015). Seu trabalho está em coleções como a da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do Itaú Cultural.