Matheus Rocha Pitta
Sara Ramo
O Penúltimo Dia
22 Mar – 24 May 2025
Carpintaria
Rua Jardim Botânico 971,
Rio de Janeiro
Como chegar
Fortes D’Aloia & Gabriel e Nonada têm o prazer de apresentar “O Penúltimo Dia,” uma exposição-diálogo entre Sara Ramo e Matheus Rocha Pitta na Carpintaria, Rio de Janeiro.
Marcada pela acumulação e multiplicidade, a mostra reúne trabalhos inéditos e produções recentes dos dois artistas, cujas obras ocupam o espaço como um cortejo, explorando a circularidade do calendário, a recorrência do tempo cronológico e a ruptura representada pelos carnavais, rituais e acontecimentos políticos ao longo da história.
Na produção de Sara Ramo, artista representada pela Fortes D’Aloia & Gabriel, desenhos de cenários cósmicos convivem com híbridos de colagem e pintura, que concatenam fragmentos de texturas heterogêneas e decalques gráficos. Na série Por um fio (2025), a artista compõe assemblages com pipas rasgadas, aproveitando suas propriedades cromáticas, linhas e hastes em estruturas geométricas. Entremeando padrões abstratos a figuras desenhadas ou recortadas de outras fontes, os trabalhos formam constelações que abrigam signos díspares num universo comum. Em suas esculturas de cerâmica cravejadas de miçangas, bugigangas e pedrarias, Ramo arquiva elementos transitivos em “continentes,” ou urnas que guardam algo de sagrado.
Enquanto Matheus Rocha Pitta, representado pela Nonada, apresenta desdobramentos de sua pesquisa em cerâmica, com novas máscaras e relevos de parede. Nestes trabalhos, comparece o interesse do artista pela transposição de índices do corpo humano para suportes escultóricos, ancorados num solo conceitual que articula política e história por meio dos recortes de jornal incorporados e incrustados nos volumes. Em uma grande colagem, O ano da mentira (2017), o artista extrai 365 fotos publicadas em jornais e as dispõe como um painel que compila o tempo e os acontecimentos em rastros visíveis.
O encontro entre as obras de Ramo e Rocha Pitta geram trajetos, linhas e cruzamentos temporais, com materiais que apontam para escalas de tempo e contextos sociais distintos, seja pelo barro, o jornal, o tecido ou as imagens da vida cotidiana. Nesta confluência, os repertórios dos dois artistas, que acompanham de perto um ao outro, são fundidos e transformados, conforme revisitam obras antigas à luz de novas criações. Aludindo às multidões, às massas em movimento e a seus sentidos simbólicos, essas duas pesquisas em diálogo formam conexões a partir do desencontro, seja na matéria ou nas ideias postas em órbita