PG200074_Pelagie Gbaguidi_The Peacemaker_ Ph. Kristien Daem_DDH_1

Pélagie Gbaguidi

Manifestação

3 Apr – 17 May 2025


Abertura

3 Apr 2025, 10h


Galpão

Rua James Holland 71
São Paulo

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Press release (PT)

Press release (EN)

Conversa com Karamujinho (PT)

Conversa com Karamujinho (EN)


A Fortes D’Aloia & Gabriel tem orgulho de apresentar
Manifestação, a primeira exposição individual de Pélagie Gbaguidi em São Paulo. A artista beninense, nascida em Dakar e radicada em Bruxelas, exibe pinturas inéditas produzidas durante a sua residência no Pivô Salvador, de janeiro a fevereiro de 2025, além de obras que fundamentam a estrutura conceitual de seu corpo de trabalho mais recente.


A pesquisa de Gbaguidi se concentra em narrativas ancestrais e táticas contemporâneas para reformular histórias sob uma perspectiva decolonial. Em suas pinturas e desenhos, ela traduz a natureza sedimentar do tempo histórico em composições de camadas densas, justaposições de cor e forma, pigmentos e traços gestuais. Ao retratar silhuetas humanas fragmentadas e distorcidas junto a padrões abstratos, a artista busca entrelaçar abordagens pictóricas a sistemas simbólicos.


Por meio dessa coreografia visual, a artista incorpora o repertório do conhecimento, filosofia e existência africanos. A pintura
Mango tree (2025), por exemplo, faz referência a uma imensa árvore em frente ao prédio do Pivô, em Salvador. Inicialmente atraída por sua escala monumental e folhagem exuberante, Gbaguidi depois soube que a árvore marcava o local de um cemitério, onde estão enterradas algumas das pessoas que participaram da Revolta dos Malês em 1835, considerada a maior revolta de escravizados da história do Brasil. O episódio violento marcou um esforço comum empreendido por pessoas retiradas à força de seus territórios nativos como Benin, Togo e Nigéria, entre outros. O encontro entre um conflito antigo e as suas manifestações no âmbito contemporâneo serve como metáfora para sua obra como um todo, assim como para sua posição como griot contemporânea, uma contadora de histórias da África Ocidental, e um arquivo de narrativas orais e tradições ancestrais.


Equipando-se com esse conjunto complexo de estruturas estéticas e metodologias conceituais, a prática de Gbaguidi se entrelaça com o contexto brasileiro e sua constituição afro-indígena.

 
A mostra é acompanhada por uma conversa por escrito entre Gbaguidi e o artista e pesquisador Karamujinho.

Imagens