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Alex Cerveny & Efrain Almeida

29 May – 7 Aug 2021


Carpintaria

Rua Jardim Botânico 971,
Rio de Janeiro

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Press release (PT)

Press release (EN)

Texto crítico por Clarissa Diniz (PT)

Texto crítico por Clarissa Diniz (EN)

A Carpintaria tem o prazer de apresentar sua nova exposição, um diálogo entre as obras de Alex Cerveny (São Paulo, 1963) e Efrain Almeida (Ceará, 1964), O interesse por narrativas do corpo, da natureza e de origem mitológica ou sacra é um dos pontos de conexão mais evidentes entre as obras dos artistas. Em pinturas, aquarelas, esculturas e bordados, Cerveny e Almeida conjugam referências históricas a narrativas biográficas. A interlocução costura-se tanto através de obras recentes quanto da presença pontual de trabalhos dos anos 1990 e 2000, evidenciando em ambas as produções uma fatura essencialmente marcada pelas mãos dos artistas – seja nas minúcias das pinturas de Cerveny ou das esculturas de Almeida.

 

Em sua obra, Alex Cerveny dá conta de referências que vão da iconografia à narrativas mitológicas, de elementos cotidianos a referências contemporâneas – eruditas ou prosaicas. Suas pinturas situam-se suspensas no espaço-tempo, habitadas por figuras humanas que transcendem o plano físico, por vezes materializando-se enquanto presenças espirituais, cósmicas. O habitat destes seres são cenários de tintas apocalípticas, onde a representação da natureza muitas vezes aparece envolta por fogo e fumaça, no desejo figurativo de uma espécie de “terra arrasada”.

 

Já na obra de Efrain Almeida, a representação visual de animais como beija-flores é imbuída de uma alta carga simbólica, tema recorrente na obra do artista. Aqui, seus colibris reaparecem tanto sobrevoando os campos geométricos de cor das aquarelas da série Prisma (2021) quanto arquitetando voos escultóricos em Flying (2021), escultura em bronze. O artista investiga a cor a partir do fenômeno da iridescência destes animais, uma vez que suas penugens coloridas revelam-se a partir – e apenas – da reflexão da luz do sol. A autorrepresentação do corpo, outra temática frequente de sua produção, também aparece no conjunto. Ao esculpir sua própria imagem em Autorretrato (2014-2020) o artista faz referência aos ex-votos, típicos das igrejas católicas do Nordeste do país, evidenciando a dimensão biográfica de sua obra.

 

A proposição de uma conversa entre as produções artísticas desses dois artistas reforça a vocação da Carpintaria em estimular exercícios amplos de pensamento entre diferentes autores, formas de expressão e linguagens.

 

 

Alex Cerveny (São Paulo, São Paulo, 1963), vive e trabalha em São Paulo, representado pela Bergamin & Gomide. Dentre suas exposições individuais destacam-se: Todos os Lugares, Casa Triângulo, São Paulo, Brasil; Palimpsesto, uma retrospectiva de sua obra gráfica no Museu Lasar Segall, São Paulo, Brasil (2019); Glossário dos Nomes Próprios, Paço Imperial, Rio de Janeiro, Brasil (2015); Casa Triângulo, São Paulo, Brasil (2015) e a III Mostra do Programa de Exposições, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil (2012). Dentre as exposições coletivas destacam-se: Nous Les Arbres, Fundação Cartier, Paris, França (2019); Da Tradição à Experimentação, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, Brasil (2019) e Queermuseu – cartografias da diferença na arte brasileira, Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil (2018).

 

Efrain Almeida (Boa Viagem, Ceará, 1964), vive e trabalha no Rio de Janeiro, representado pela Fortes D’Aloia & Gabriel. Dentre suas exposições individuais destacam-se: A Memória da Mão, MCO Arte Contemporânea (Porto, Portugal, 2018); Instâncias do Olhar, Fortes D’Aloia & Gabriel (São Paulo, Brasil, 2017); Uma coisa linda, Fundação Joaquim Nabuco, (Recife, Brasil, 2017); Uma pausa em pleno voo, Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2015); Lavadeirinhas, SESC Santo Amaro (São Paulo, 2015); O Sozinho, Casa França-Brasil (Rio de Janeiro, 2013); Marcas, Estação Pinacoteca (São Paulo, 2007). Dentre as exposições coletivas destacam-se: Casa Aberta, Casa França-Brasil (Rio de Janeiro, 2021); Escrito no Corpo, Carpintaria (Rio de Janeiro, Brasil, 2020); 29. Bienal de São Paulo (2010); 10. Bienal de Havana (2009).

 

Agradecimento: Bergamin & Gomide.

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Obras

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