A Galeria Fortes Vilaça tem o prazer de apresentar trabalhos inéditos de Tiago Carneiro da Cunha. Em sua terceira exposição individual na galeria, o artista apresenta três esculturas em resina produzidas em 2006, que se referem, de forma crítica e irônica, a temas como violência, sexo e exotismo.
Ao mesmo tempo em que as esculturas de Carneiro da Cunha evocam impulsos humanos abjetos, retratando bandidos e traficantes, suas esculturas também se assemelham a artefatos preciosos e ornamentos kitschs. Seus trabalhos sugerem este paradoxo constante e fogem de qualquer interpretação óbvia, exigindo uma postura investigativa do espectador.
Todas as obras do artista compartilham de uma forte estrutura geométrica. As superfícies facetadas de suas esculturas remetem à lapidação de pedras preciosas e propõem uma discussão crítica em relação à situação do objeto de arte enquanto objeto de desejo e de consumo. Ao mesmo tempo, esta superfície sulcada e recortada é uma referência direta às experiências geométricas do início do século XX, como os múltiplos pontos de vista da pintura cubista e a predileção dos futuristas pelas formas industrializadas sobre as orgânicas.
Para Carneiro da Cunha, a arte pode ser encarada como um instrumento de defesa em relação à insanidade da realidade contemporânea, muitas vezes marcada pela violência e desigualdades sociais. De acordo com o artista, seus trabalhos refletem a selva urbana em que vivemos. Em seu repertório encontramos elementos que habitam este ambiente: seres petrificados, pedintes, bandidos, caveiras e esfinges fazendo sexo.
Em maio de 2006, o artista expôs as mesmas esculturas em mostra individual na Galeria Kate MacGarry, Londres, feitas em cores e texturas diferentes. Por ocasião desta exposição, será lançado um catálogo de obras de Carneiro da Cunha, com 64 páginas em quatro cores, incluindo uma entrevista entre o artista e Luiz Zerbini. O design gráfico é assinado pelo artista britânico Liam Gillick.