Conhecido por suas pinturas etéreas, Hiroshi Sugito parte de estímulos diversos, que vão de seus próprios gestos a condições climáticas e à rotina diária no ateliê, para criar telas que funcionam como recipientes absorventes do que está fora da imagem. O tempo é um componente essencial de sua prática, já que cada pintura passa por um processo prolongado de reflexão e sedimentação no estúdio, acumulando gradualmente forma e significado. Marcadas por camadas de pigmento e por uma paleta nebulosa e delicada, com tons ácidos, suas obras frequentemente apresentam formas recorrentes que sugerem paisagens ou naturezas-mortas, habitadas por figuras flutuantes que remetem a velas e canoas, casas, construções distorcidas e cortinas. Sugito também incorpora molduras vintage em algumas de suas pinturas, recurso que informa tanto os motivos quanto os elementos pictóricos sobre a tela, conferindo-lhes alusões teatrais. Essa manipulação dos dispositivos de enquadramento, aliada à incorporação de técnicas colagísticas com papel, desafia os usos convencionais de meio e formato.
Entre suas exposições individuais recentes estão candy wrap, Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo, Brasil (2025); Remainder, Lulu, Cidade do México, México (2023); Hiroshi Sugito module or lacuna, Tokyo Metropolitan Art Museum, Japão (2017); particles and release, Toyota Municipal Museum of Art, Aichi, Japão (2016); prime and foundation, Miyagi Museum of Art, Miyagi, Japão (2015); e frame and refrain, Musée Bernard Buffet, Shizuoka, Japão (2015). O artista participou recentemente das exposições coletivas MINEBANE! Contemporary Art – The Taguchi Art Collection, no Akita Museum of Art e no Akita Senshu Museum of Art, Akita, Japão (2025); With Me Now: The People and the Surroundings in My Art, Bernard Buffet Museum, Shizuoka, Japão (2025); How Did You Come into the World?, Hirosaki Museum of Contemporary Art, Aomori, Japão (2024); e Does the Future Sleep Here?, The National Museum of Western Art, Tóquio, Japão (2024).