Tamar Guimarães
SOAP
6 May – 10 Jun 2023
Abertura
6 May, 15h–18h
Galpão
Rua James Holland 71
São Paulo
Como chegar
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Ensaio crítico por Tiago Mesquita (PT)
A Fortes D’Aloia & Gabriel tem o prazer de anunciar anunciar SOAP, exposição de Tamar Guimarães no Galpão, em São Paulo. A mostra apresenta os seis episódios que compõem o projeto homônimo e o episódio 6 1/2, sinopse onde a atriz Camila Motta narra toda a série de forma retrospectiva. Os dois últimos capítulos do filme estreiam nesta ocasião, marcando a conclusão do processo iniciado em 2020 em colaboração com Luisa Cavanagh e Rusi Millán Pastori .
SOAP manipula a linguagem do cinema e das telenovelas, acompanhando a tentativa de infiltração de um aglomerado de pessoas de esquerda nas redes sociais de direita. A tática escolhida pelo grupo, composto de intelectuais e agentes culturais, é a criação de uma telenovela que veicularia mensagens subversivas sob a forma aparentemente conservadora do produto cultural religioso. Entre o discurso sectário que os imobiliza, a pandemia global que restringe a possibilidade de encontro físico e os seus privilégios de classe, o grupo tenta encontrar saídas para a organização coletiva. Guimarães retoma um debate central da arte política brasileira, a saber, a relação das vanguardas com os meios de comunicação de massas. Conforme os personagens denunciam suas próprias pressuposições quanto à vida política do povo, o distanciamento destes com relação à parcela da população que buscam atingir torna-se manifesta, ilustrando o questionamento da artista quanto à possibilidade de ação social pela arte.
Serigrafias inéditas produzidas em colaboração com Kasper Akhøj como desdobramentos de The Parrot’s Tail, video-instalação comissionada para o pavilhão belga na Bienal de Veneza em 2015, também participam da exposição. Os artistas imprimem fragmentos de texto que aludem aos (des)encontros das vanguardas ocidentais com o mundo ameríndio. Essas peças gráficas comunicam-se com SOAP na medida em que partem de fatos históricos para examinar os múltiplos pontos de vista que os constituem.
Tamar Guimarães trabalha com filme, som e instalações. Sua obra se baseia em pesquisa histórica e frequentemente incorpora fotos, textos, documentos e objetos encontrados. O reprocessamento desta matéria prima produz narrativas de natureza híbrida entre o documentário, o ensaio e a ficção. A artista investiga a maneira como relações sociais de raça, classe e trabalho se manifestam em produtos culturais distintos, da arquitetura à literatura religiosa ou à dança.
Suas exposições individuais recentes incluem, Sala de video: Tamar Guimarães, MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo, Brasil (2022); El tejido hablado, Zarigueya/Alabado Contemporáneo, Quito, Ecuador (2019) Black Box, Baltimore Museum of Art, Baltimore, Estados Unidos (2017); La Incorrupta, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, Espanha (2016) e The Florists From Beyond the Grave, SKMU Sørlandets Kunstmuseum, Kristiansand, Noruega (2015). Participou também das coletivas Illiberal Arts, Haus der Kulturen de Welt, Berlin, Alemanha (2021); Nine Lives, Renaissance Society, Chicago, Estados Unidos (2020); Le jour des esprits est notre nuit, CRAC Alsace, Altkirch, França; Blackout, International Film Festival Rotterdam, Museum Kunsthal Rotterdam, Rotterdam, Holanda (2019) e Afinidades Eletivas – 33a Bienal de São Paulo, Fundação Bienal, São Paulo, Brasil (2018). A artista tem obras em importantes coleções públicas, tais como CIFO – Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami, Estados Unidos; FRAC Auvergne, Clermont-Ferrand, França; Guandong Museum, Guangzhou, China; Instituto Inhotim, Brumadinho, Minas Gerais, Brasil; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, Espanha; Solomon R.Guggenheim Museum, Nova York, Estados Unidos e Tate Modern, Londres, Reino Unido.