A Fortes Vilaça tem o prazer de apresentar a exposição Pet Cemetery de Erika Verzutti. A mostra transforma o espaço expositivo em um cemitério sem covas, no qual vinte e duas novas esculturas com formas de animais estão sobre pedestais ou dispostas pelo chão. Para Verzutti, o “cemitério” é um “pretexto para exercitar diferentes estilos, refletir sobre a representação escultórica e sobre o uso do bronze, comum às artes e às lápides”.
A artista rompe com as práticas formais ao revelar a estrutura das obras e incorporar acidentes como soldas, riscos, respingos e escorridos. Ao registrar os acidentes do processo criativo, a artista absorve inabilidades e acontecimentos periféricos que seriam neutralizados pelo hábito. Algumas das esculturas expostas, como Egito e Marrakesh, são o desdobramento de uma pesquisa iniciada por Verzutti em 2006, na qual utiliza frutas e legumes como moldes para fundição. Aqui, a estabilidade do bronze é desafiada pela combinação com materiais diversos e menos nobres, como madeira, tricô de lã, porcelana fria, concreto, pedras, entre outros. A artista apropria-se também de alguns objetos utilizados no processo de criação, como pincéis e cavaletes.
Para Verzutti, a diversidade de materiais permitiu a incorporação de trabalhos de outros artistas, gerando cinco obras colaborativas. Leda Catunda constrói – com sua pintura mole – um lago para o sapo de bronze; Efrain Almeida colabora em Infante com um pintinho esculpido em madeira; com Tiago Carneiro da Cunha cria, em cerâmica, uma galinha zumbi; uma escultura de lata e concreto de Alexandre da Cunha se transforma em suporte para o bronze Bull Head e Tonico Lemos Auad cria com pedras de grafite a cabeça para a escultura que representa um cavalo.
Ainda em 2008, a artista participa da mostra When Lives become Form, no MOT – Museum of Contemporary Art de Tóquio, com curadoria de Yuko Hasegawa. Também no Japão, realiza uma residência de dois meses no Tokyo Wonder Site. Em 2007, a primeira monografia de sua obra foi lançada pela editora Cobogó.