SL300011_Sophia Loeb_O véu sobre a terra se reveste de fogo, 2025_Ph. Eduardo Ortega_DDM

Sophia Loeb

Panta Rei sobre a Estrata

5 Jun – 2 Aug 2025


Abertura

5 Jun, 18h–21h


Carpintaria

Rua Jardim Botânico 971,
Rio de Janeiro

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Press release (PT)

Press release (EN)

Texto crítico por Ana Roman (PT)

Texto crítico por Ana Roman (EN)

A Fortes D’Aloia & Gabriel tem o prazer de apresentar Panta Rei sobre a Estrata , primeira exposição individual de Sophia Loeb no Brasil, com abertura no dia 5 de junho, na Carpintaria, Rio de Janeiro. A mostra reúne um conjunto de novas pinturas que exploram camadas e estratos matéricos em transformação. 

Nascida no Brasil e radicada em Londres, Sophia Loeb cria pinturas que evocam ampliações de processos biológicos imperceptíveis, ou traduções de erupções cósmicas  estabelecendo uma ponte entre ambientes siderais e microscópicos. Tons vibrantes e contrastes marcados revelam a importância das reverberações sensoriais em sua obra, atraindo o espectador para um campo visual tátil e magmático.

O processo da artista é dinâmico e imersivo: as telas são giradas, inclinadas e trabalhadas a partir de múltiplos ângulos, enquanto os materiais — pigmentos líquidos, em pó e bastões a óleo — são sobrepostos, raspados e retrabalhados em constante diálogo com a superfície. Guiada pela própria matéria, cada cor é aplicada com gestos que denotam o interesse da artista pelo envolvimento corporal. Essa consciência tem origem em seu trabalho inicial como escultora — disciplina da qual retira a fisicalidade e o toque —, resultando em composições densas e volumosas, que sugerem fenômenos geológicos e deslocamentos minerais. 

A recente mudança de Loeb para um ateliê em São Paulo provocou uma transformação em sua paleta e despertou uma nova atenção às condições atmosféricas específicas da cidade. Em sintonia com o clima local, elementos como chuva, vapor, umidade e estados aquáticos surgem como estruturas de sensações e ritmos formais.

Em Seu olhar me fascina (2025), a artista pinta uma composição em paleta crepuscular com contornos  ameboides circulando o que poderia ser um corpo d’água, banhadas por uma luz azul profunda. A obra é temática e formalmente líquida, com passagens calmas e turbulentas que fluem e refluem no espaço pictórico.

“Suas telas não fixam uma imagem: sustentam o que vibra, o que muda, o que ainda não encontrou contorno. A superfície se torna um campo de relação entre cor, corpo e tempo — espaço onde o visível é instável, e a forma, sempre provisória. Ao insistir na processualidade, sua obra afirma uma ética do contato: em vez de impor, escuta; em vez de fixar a forma, sustenta sua permeabilidade e impermanência. Seus trabalhos parecem acompanhar o que se move — abrindo brechas para presenças que ainda não têm nome,” escreve Ana Roman, curadora e escritora, no ensaio crítico que acompanha a exposição.

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