Moshekwa Langa

Moshekwa Langa

26 Nov 2022 – 21 Jan 2023


Abertura

26 Nov, 15h–19h


Carpintaria

Rua Jardim Botânico 971,
Rio de Janeiro

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“Faço coisas que refletem minha vida e às vezes faço coisas que refletem a vida de outras pessoas, outras histórias e anedotas e outras coisas que acho instigantes, às vezes empresto do teatro e não escrevo teatro e particularmente não atuo, mas eu tomo elementos emprestados de tudo isso”. — Moshekwa Langa, 2016

 

A Fortes D’Aloia & Gabriel tem o prazer de apresentar uma exposição de novos trabalhos de Moshekwa Langa na Carpintaria, Rio de Janeiro. Essa é a primeira exposição individual do artista no Brasil, composta de duas colagens grandes e um grupo de pinturas de pequeno e médio formato sobre papel. Nascido em Bakenberg, em 1975, Langa é um dos artistas mais proeminentes da África do Sul pós-apartheid, e descreve sua prática multidisciplinar como um processo envolvendo as memórias dos territórios de sua infância.

 

As pinturas de Langa sobre papel são construídas ao longo do tempo, combinando materiais aparentemente heterogêneos como laca, café, pigmentos e papeis, entre outros. Regiões de cores vibrantes resultam de poças de tinta sobre a superfície do trabalho; Langa acumula o material até o papel tornar-se denso e acidentado. O processo criativo do artista acolhe o acaso e a improvisação, conforme escolhas deliberadas se sobrepõem a marcas acidentais. As composições finais têm uma textura carregada, sugerindo topografias imaginárias e memórias fugidias.

 

A colagem também é constitutiva na prática de Langa, e permite a associação livre de diferentes elementos colhidos nas pesquisas e viagens do artista, estabelecendo tensões entre histórias pessoais e experiência coletiva. Em Proximities (2017) e Tonsils / Manwe uwe Buela Bitseng [Verbal Cure] (2017), duas colagens de grande formato, o artista figuras elementos como o rosto do boxeador Mike Tyson e utensílios domésticos a suas próprias intervenções abstratas. As relações entre esses fragmentos e o acúmulo de traços coloridos são deixadas em aberto, e os nexos imperfeitos entre as partes da colagem sugerem um mapeamento da informação e do conhecimento, assim como padrões de migração e segregação.

 

O trato do artista com materiais residuais pode ser comparado às incertezas e ambiguidades de sua própria história. Nascido numa “Homeland”[1] da era do Apartheid que não figurava no mapa durante sua juventude, Langa ativamente traça aspectos autobiográficos em seu trabalho, reconstituindo sua própria experiência de vida. Por meio deste processo, gestos incompletos com sobras e escombros são sintetizados em momentos recompostos que disputam qualidades cambiantes de sentido.

 

A obra de Moshekwa Langa alcançou destaque internacional a partir do final da década de 1990. O artista participou de várias das maiores Bienais de arte do mundo, dentre elas as de Joanesburgo (1997), Istambul (1997), Havana (1997), São Paulo (1998 e 2010), Gwangju (2000), Veneza (2003 e 2009) e Lyon (2011). Entre suas exposições individuais recentes destacam-se Moshekwa Langa, KM21, Den Haag, Holanda (2022); The Sweets of Sin, Anrew Kreps Gallery, Nova York (2021) e Fugitive, Stevenson, Joanesburgo, África do Sul (2017). Participou também da coletiva A Clearing in the Forest (2022), na Tate Modern em Londres.

 

Agradecimentos especiais a STEVENSON e Andrew Krepps Gallery, que representam Moshekwa Langa na África do Sul e em Nova York, respectivamente.

 

 

 

[1] “Homeland” eram territórios que a administração do Partido Nacional da África do Sul reservou para os habitantes negros da África do Sul e do Sudoeste Africano como parte de sua política de apartheid.

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Vistas da exposição
Obras

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