Janaina Tschäpe
Mapping the Unattainable
3 Aug – 28 Sep 2019
Abertura
3 Aug, 15h–18h
Galpão
Rua James Holland 71
São Paulo
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Janaina Tschäpe retorna a São Paulo com Mapping the Unattainable, sua sétima exposição na Fortes D’Aloia & Gabriel. A artista ocupa o amplo espaço do Galpão com pinturas inéditas em grande formato. Ainda que essencialmente abstratas, as pinturas arquitetam uma paisagem que se projeta da psique para a natureza, e nela se espelha simultaneamente.
Fruto de intensa observação da cor e profunda sensibilidade às passagens de luz, as obras se impõem de início como uma experiência sinestésica. Ao ritmo potente da gestualidade larga da pintura em caseína, se sobrepõem elementos desenhados com lápis de cor aquarelável que lhe emprestam temas melodiosos. “Minha pintura nasce das minhas observações, que podem ser da natureza, mas também da imaginação; ambas sempre andam juntas. Para mim, tudo tem cores, as vogais, os tons musicais, os números, as palavras”.
Um entrelace entre memória, ficção pessoal e literatura empresta aos títulos narrativas que guiam o espectador por essas paisagens. As obras After Nodding Violets (2019) e Purple Forest Roam (2019) tomam seus títulos de uma passagem de Sonho de uma Noite de Verão de Shakespeare, referindo-se às flores violetas que brotam no campo. Na primeira pintura, a trama intrincada e translúcida se sobrepõe à pele da pintura como uma renda. Na segunda, a cor dominante se desfaz sobre um fundo verde opaco, num movimento líquido. Já Radiant Hues of Paradise (2019) toma seu título de um verso do Fausto de Goethe. O romantismo perpassa o léxico de Tschäpe já no início do seu trabalho em fotografias e vídeos. In Search of the Miraculous (after Bas Jan Ader) (2019) flerta também com ideais românticos num tributo ao artista conceitual que, em 1975, desapareceu após zarpar sozinho da costa de Massachusetts num pequeno barco à vela. Essa busca, ou o mapeamento de algo inatingível, como o título da exposição indica, se confunde com a própria atividade da pintura. Se nas telas tudo parece estar em fluxo permanente, é curioso notar como em cada uma delas existe um estado de alerta, uma atenção ao detalhe que faz com que cada encontro com a tela seja de fato uma experiência única.
Nascida em Munique e criada em São Paulo, Janaina Tschäpe (1973) estudou Belas Artes no Hochschule fur Bilende Kuenste em Hamburgo e é mestre pela School of Visual Arts de Nova York, onde vive desde 1998. Projetos recentes incluem um painel de 20 metros para o SESC Guarulhos, inaugurado em maio deste ano. Em setembro, participa da coletiva Live Dangerously no National Museum of Women in the Arts (Washington, D.C.), onde sua série de fotografias 100 Little Deaths (1996–2002) será exibida na íntegra pela primeira vez. Entre suas exposições individuais, destacam-se: Museum of Contemporary Art Tucson (Tucson, 2014); Kasama Nichido Museum of Art (Kasama, 2009); Irish Museum of Modern Art (Dublin, 2008). Em 2020, tem individual programada no Sarasota Art Museum (Flórida). Sua obra está presente em importantes coleções como: Solomon R. Guggenheim Museum (Nova York), Centre Pompidou (Paris), Moderna Museet (Estocolmo), Museo Reina Sofía (Madri), TBA21 (Viena), Inhotim (Brumadinho), MAM Rio de Janeiro, entre outras.