Nuno Ramos

Luz Negra

18 Sep – 18 Oct 2002


Galeria Fortes Vilaça

A Galeria Fortes Vilaça tem o prazer de apresentar a exposição Luz Negra do artista paulista Nuno Ramos. Nesta exposição, intitulada a partir de um samba de Nelson Cavaquinho, o artista mostra dois grupos de trabalhos inéditos que lidam com questões relacionadas a arquitetura, e ganham força expressiva ao propor um diálogo entre materiais antagônicos como a areia e o óleo.

No andar térreo da Galeria, Nuno Ramos constrói quatro grandes blocos de areia negra socada, que contém visores de vidro arredondados preenchidos com óleo. “A questão destes trabalhos é como erguer estes elementos algum modo arquitetônicos quase sem nenhuma liga no material – mantendo, portanto, numa forma blocada e em grande escala, uma aparência forte de instabilidade. Esta instabilidade vem do material – areia pura apenas.” Nas esculturas Nuno trabalha com poucos materiais , exercendo um forte controle sobre eles.  “Há um tom de algum modo solene nestes trabalhos que é avesso ao aspecto mais carnavalizante, quase histérico dos quadros em que uma variedade enorme de materiais parecem estar em fusão.”

Luz Negra dá continuidade ao projeto Black and Blue executado pelo artista em 1997 no Institute of Contemporary Art, em San Diego. No trabalho anterior, pequenos elementos de vidro cortavam ou pontuavam estas grandes caixas de areia. Neste, os elementos de vidro e óleo têm outra proporção em relação às caixas, dialogando com elas em pé de igualdade. A tensão entre óleo e areia, materiais antagônicos, permeia a obra e vêm somar-se à materialidade estranha de todo o  trabalho.

No mezanino Nuno Ramos exibe quatro "desenhos" quase monocromáticos feitos de latão, acrílico e vaselina. Nestas obras, o artista emprega arbitrariamente os mesmos elementos formais das esculturas, em contraponto a estas. O arco, o monocromo, a composição geométrica se configuram de forma mais fluida, se opondo a rigidez dos blocos de areia.

Em 2002, Nuno Ramos realizou a exposição Terra da Sede no Centro Cultural Maria Antônia, além de ter lançado o livro Noites Brancas, com trabalhos inéditos e texto crítico de Lorenzo Mammi. Desde o início de sua carreira o artista tem exibido seu trabalho extensamente no Brasil e no exterior, realizando exposições individuais no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Centro Cultural Hélio Oiticica e Paço Imperial, no Rio de Janeiro; além de ter representado o Brasil na XLVI Bienal de Veneza, e participado de exposições no Walker Center for the Arts, Minneapolis; no Centre National d'art et de culture Georges Pompidou e no Musée de l’Art Moderne de la Ville de Paris.
 

Imagens