Carlos Bevilacqua

Let it Go

21 May – 11 Jul 2015


Abertura

21 May, 19h–22h


Galeria Fortes Vilaça


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Press Release

Em sua nova exposição na Galeria Fortes Vilaça, Carlos Bevilacqua apresenta quatro novos trabalhos que refletem sobre o exercício do fazer artístico, do conhecimento e da memória. As esculturas em madeira e aço possuem uma escala maior, inédita em sua trajetória, e revelam um imbricado sistema de relações simbólicas.

Bevilacqua articula aspectos elementares da escultura através de sínteses onde tensão, equilíbrio e espacialidade tornam-se questões latentes. Sua pesquisa, porém, não é puramente formalista; trata-se de uma plataforma para discutir temas fora do espectro racional, indo em direção ao existencialismo e à metafísica. Nesse sentido, o título da mostra, Let it Go, torna-se uma declaração de leveza, ao passo que indica o caminho da percepção poética.

O trabalho central, O Inexorável Caminho do Saber, é composto por três peças de madeira sobre rodas, cada qual com um arco de aço carbono sobre si, que o artista denomina de Veículos de Transcendência. Eles são alinhados sobre um rastro de papéis em branco, dispostos aleatoriamente no chão. O artista esboça aí relações entre a escrita e a memória, partindo das considerações que Freud descreveu no artigo “Uma Nota Sobre o Bloco Mágico” (1925).

Na parede oposta, a obra Geometria Muda lida com formas geométricas rudimentares – ponto, linha, circunferência e triângulo. Bevilacqua ordena esses elementos no espaço vazio fazendo com que, apesar de estática, a obra possa sugerir movimento. Trata-se de um estado permanente de porvir, uma tensão enigmática sobre a matéria inerte da escultura.

Em Ponte do Isolamento, uma complexa estrutura de madeira e cabos náuticos configura uma ponte sem fim que, por não ligar um lugar a outro, conecta apenas a si mesma. Duas vigas são suspensas entre duas colunas, tensionadas no meio por uma peça de madeira; essa armação é repetida transversalmente em duas outras pontes de menor escala que, por sua vez, se ligam por uma outra em redução. Ao mesmo tempo que sugere um eterno recomeço, o trabalho atua como metáfora da solidão.

Carlos Bevilacqua nasceu no Rio de Janeiro em 1965, onde vive e trabalha. Dentre suas exposições individuais, destacam-se as mostras no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2000) e no Museu de Arte Moderna de São Paulo (1992). Suas mostras coletivas incluem participações em: Desejo da forma, Akademie der Künste (Berlim, Alemanha, 2010); Um Mundo Sem Molduras, MAC-USP (São Paulo, 2009). Sua obra está presente em importantes coleções, como: Instituto Inhotim (Brumadinho), MAM Rio de Janeiro, MAC-USP (São Paulo), entre outras. Um catálogo da exposição será lançado neste ano com texto da curadora holandesa Carolyn Drake.

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