A Galeria Fortes Vilaça tem o prazer de apresentar a exposicão Common Conciousness, da artista francesa Marine Hugonnier. Em sua primeira individual no Brasil, a artista mostra colagens sobre jornais antigos, dando continuidade a sua renomada série Art for Modern Architecture.
Esta série teve início com colagens onde a artista utilizava recortes do livro Line, Form, Colo (1951) de Ellsworth Kelly, aplicados sobre capas de jornais. O artista americano defendia o argumento de que fazia arte para espaços públicos enfatizando o projeto utilitário modernista da arte a serviço da arquitetura moderna. Em Art for Modern Architecture, Hugonnier renova as idéias de Kelly introduzindo-as em um novo meio, o jornal impresso.
A partir de 2009, Hugonnier passou a utilizar seus próprios recortes de papel colorido com as cores da tabela KODAK: cyan, violeta, magenta, vermelho, preto, amarelo e verde – usadas na reprodução fotomecânica dos grandes jornais. A artista formaliza assim uma imagem em potencial, recorrendo a memória do espectador ou a uma consciência coletiva dos fatos nos jornais.
A mostra na Fortes Vilaça apresenta colagens feitas com jornais brasileiros de época e toma como ponto de partida a fundação de Brasília. Para a montagem, Hugonnier optou por temporalizar o espaço, mudando as colagens expostas nas paredes como uma forma de marcar o tempo: a cada semana a artista apresentará um grupo de colagens de uma década específica, dos anos 60 até os dias atuais, totalizando assim 6 diferentes montagens em 6 semanas de exposição. Os eventos não partem de uma escolha, mas sim do que a artista foi capaz de encontrar através de pesquisas na internet e por anúncios de jornais onde buscava pessoas dispostas a vender jornais antigos. Ao descobrir aquilo que os brasileiros julgaram relevante ser guardado, a artista busca também revelar traços de identidade nacional nesta consciência coletiva.
Para além da beleza da página impressa e das composições geométricas precisas, estes trabalhos tomam corpo na densidade cronológica que se estabelece entre o presente do espectador e o passado dos documentos; o relato jornalístico dos eventos e a maneira como eles de fato se desenvolveram e a inserção da idéia pioneira que os recortes evocam em contraste com o final de uma era de utopias. Ao cobrir as imagens dos jornais e quebrar sua estrutura narrativa cotidiana, Hugonnier apresenta uma figura incompleta e abstrata, que se redesenha na memória do espectador.
Outros trabalhos da série Art for Modern Architecture já foram expostos na 52a Bienal de Veneza, Itália, no MOMA/New York,, EUA, no Kunsthaus Graz, Austria, e no MACBA, Barcelona, Espanha, entre outras instituições. Recentemente, Hugonnier apresentou exposições individuais no FRAC Champagne-Ardenne, Reims, França; Malmö Konsthall, Suécia; Kunstverein Braunschweig, Alemanha; Musée D’Art Moderne et Contemporain MAMCO, Geneva, Suiça; S.M.A.K. Stedelijk Museum voor Actuele Kunst, Gent, Bélgica; Philadelphia Museum of Art, Philadelphia, EUA; Fondazione Sandretto Re Rebaudengo, Torino, Itália e Kunsthalle Bern, Suiça.