Em sua segunda exposição individual no Brasil – Alejandra Icaza realizou sua primeira individual na galeria Fortes Vilaça em 2002-, a artista espanhola apresenta seis pinturas inéditas, todas feitas em 2006. Quatro delas seguem o léxico já estabelecido em sua produção dos anos 2000: fundos monocromáticos sobre os quais a artista distribui formas oníricas, como círculos coloridos, bichos e folhas. Seu vocabulário pictórico contempla ainda grafismos desenhados com ponta seca, retirando tinta da superfície da pintura; desenhos de figuras humanas fragmentadas, folhagens e outras formas orgânicas.

Em duas das telas apresentadas na exposição, Alejandra Icaza reinaugura uma pintura com tendência à abstração; isto porque, no final da década de 1990, a artista flertou com a abstração, principalmente em colagens em forma de mosaicos coloridos que beiravam a geometria. Nestes novos trabalhos -intitulados The Tree e Tree at Night- a repetição de elementos é gradativamente substituída pela síntese e por uma concentração de formas orgânicas que remetem, como os títulos indicam, a imagens de árvores.

A primeira -The Tree- ainda retém a memória dos círculos coloridos pontuando a composição. Tree at Night mostra uma árvore reduzida a mínimos elementos de identificação, com vestígios de gravetos entalhados na tela; ambas apresentam uma artista envolvida com a linguagem pictórica e distante de simbologias ou narrativas de qualquer tipo. "Eu agora estou buscando um caminho menos romântico, menos ornamental, quero fazer pinturas mais fortes e mais viscerais, trocar a delicadeza feminina pela matéria bruta", explica Alejandra.

Entre as exposições de que participou recentemente, destacam-se a mostra individual no Centro de Arte de Salamanca, na Espanha, em 2004, a exposição Eclipse (2003), na galeria Pedro Cera, em Lisboa, Portugal, e a individual de 2001 na galeria Nicole Klagsbrun, em Nova York, Estados Unidos.