A Galeria Fortes Vilaça tem o prazer de apresentar individual do artista carioca Barrão. Seis esculturas inéditas, que dão continuidade a sua pesquisa de trabalho, com algumas peças em escala maior, ocupam o primeiro andar da galeria.
A prática artística de Barrão começa na seleção dos objetos que, uma vez comprados nas extensas buscas que faz pela cidade, são cuidadosamente organizados no estúdio por cor, função, tamanho, ou tipo e pouco a pouco cada escultura se organiza como um quebra cabeça onde cada uma destas características se encaixa com precisão.
Suas esculturas são uma “assemblage” de peças de cerâmica e porcelana intencionalmente quebradas e reorganizadas de forma não hierárquica e à primeira vista aleatória. Objetos funcionais como xícaras e vasos se fundem com outros de natureza decorativa e aspecto kitsch como aves e cachorros. Uma vez quebrados e reagrupados, os objetos se livram de sua funcionalidade e de seu aspecto decorativo abrindo caminho para novas interpretações, que partem do familiar, pois reconhecemos os objetos utilizados, para um mundo fantástico, criado a partir das surpreendentes combinações, sempre carregadas de ironia e humor.
Enquanto algumas obras nascem do acúmulo de objetos similares como fundos de caneca, outras seguem o caminho contrário, unindo peças díspares como elefantes, jarros, papagaios e afins. Na escultura Casulo Uau, por exemplo, o artista une fundos de canecas em uma torre de forma irregular que chega a quase dois metros de altura. Já em outra obra, uma escultura de parede, Barrão une um elefante e diferentes pássaros à jarros e potes. Aquilo que num primeiro momento aparece como desordem, se revela a um olhar mais atento como um equilíbrio preciso da forma.
Barrão nasceu em 1959 no Rio de Janeiro onde trabalha. Teve importante individual este ano no Aldrich Contemporary Art Museum, Ridgefield, USA e em 2010 na Fundação Calouste Gulbenkian em Portugal. Já participou do Panorama de Arte Brasileira em 2007 e de exposições no MAC, São Paulo; Paço Imperial, Rio de Janeiro; Pinacoteca do Estado de São Paulo; entre outras. No inicio da carreira participou da célebre exposição Como vai você geração 80? no Parque Lage, Rio de Janeiro que apresentou toda uma geração de novos artistas brasileiros, como Luiz Zerbini, Adriana varejão, Beatriz Milhazes e Ernesto Neto.