A Galeria Fortes Vilaça tem o prazer de apresentar na Galeria 2 a exposição do alemão Thomas Scheibitz. Esta é a primeira vez que o artista, participante da XXVI Bienal de São Paulo, expõe no Brasil. Scheibitz é um dos artistas contemporâneos de maior destaque na atualidade. A exposição reúne 5 pinturas que demonstram a maturidade de um sentido de cor e composição forte e apurado.

Neste grupo coeso de trabalhos, o artista explora espontaneidade no processo de criação e síntese na composição das imagens, questões que para ele estão fortemente ligadas ao desenho. Esta relação é explorada também na técnica. Scheibitz usa pigmento, tinta spray e acrílica sobre uma tela preparada com gesso, para que superfície fique lisa como papel.

O artista vem compilando por mais de uma década um dicionário visual que inclui motivos da história da arte, arquitetura e design. Essas imagens funcionam entretanto como pura referência a partir da qual pode-se olhar a sua obra. Scheibitz trabalha e retrabalha, destila e reduz uma imagem que toma como ponto de partida até que apenas um elo mínimo persista com a imagem original.

Na maior tela da exposição, sem título (nr.73) uma figura central sugere um detalhe arquitetônico de retângulos pretos e azuis que se sobrepõem. Sobre este centro de linhas horizontais incidem uma série de formas oblíquas que criam tensão e emprestam movimento a tela. Este embate entre as duas perspectivas se resolve numa simetria quase perfeita que dá equilíbrio ao conjunto. Sem título (nr.80) também é uma obra que opera com oposições. A tela é cortada por um horizonte denteado de formas triângulares. Os múltiplos rosas, vermelhos e amarelos da metade superior do quadro invadem o cinza denso da parte inferior. O que a primeira vista é puro contraste, revela-se a um olhar mais atento um encontro feliz entre geometria e expressividade. Outro destaque é sem título (nr.82), uma pintura de menor formato em que o artista mostra um rosto sorrindo – uma imagem do universo pop recorrente em sua obra – sobre um fundo de formas mínimas e espaços vazios.

Scheibitz já expôs em várias galerias e instituições na Europa e EUA como Centre d'Art Contemporain, Geneva; Walker Art Center, Minneapolis; Tanya Bonakdar Gallery, New York; Museum of Contemporary Art, Chicago; Stedelijk Museum, Amsterdam; The Institute of Contemporary Art, e Whitechapel Art Gallery, Londres. A obra do artista integrou ainda a exposição Pittura/ Painting: From Rauschenberg to Murakami, 1964-2003,, na última Bienal de Veneza.