A Galeria Fortes Vilaça tem o prazer de anunciar a abertura da exposição Nada Mais Natural, com trabalhos inéditos de Iran do Espírito Santo. Nessas novas obras, desenvolvidas nos últimos três anos, Iran trata das dualidades entre realidade e abstração, natureza e representação.

Em Correções, o artista geometriza as formas brutas de blocos de granito, administrando cortes que seguem a formação natural das pedras. Apesar da aparência formal, „Ÿ cada bloco de pedra transforma-se  num poliedro irregular „Ÿ o processo de composição destas esculturas não prevê sua forma final. Cada peça é resultado de um sistema que privilegia o acaso à composição formal. A série Relevos parte de um princípio inverso. Em referência a fragmentos arquitetônicos, o artista cria quadros — na realidade blocos de alumínio maciço — de pura abstração geométrica. A relação entre natureza e indústria também está presente em Floresta Paralela: um código de barras em proporções gigantescas pintado diretamente sobre uma parede da galeria. As barras são pintadas representando veios de madeira, um padrão recorrente no trabalho de Iran. No mezanino, o artista exibe um tapete de lã verde intitulado Nostalgia. Remetendo a uma visão de natureza idealizada, a obra trata de um dilema entre o desejo pelo livre e selvagem em contraponto ao conforto e controle. Em uma outra escultura, a forma tridimensional de um buraco de fechadura engloba em seu reflexo todo o espaço em torno.

Esta é a primeira exposição do artista depois do lançamento de seu livro pela editora Cosac & Naify. O livro tem texto de Felipe Chaimovich, 120 páginas e 94 ilustrações. Ainda este ano, Iran do Espírito Santo inaugura no dia 15 de novembro uma exposição individual no Contemporary Arts Center em Cincinatti. Para 2002, o artista prepara outra individual na renomada galeria Sean Kelly, em Nova Iorque.