A Galeria Fortes Vilaça tem o prazer de apresentar a primeira individual do artista peruano Armando Andrade Tudela. Uma grande escultura em madeira corta o espaço da galeria longitudinalmente e é acompanhada de um grupo de trabalhos em cobre, tecido e pedras e um filme no segundo andar.

A obra Sedimento faz referência as cadeiras desenhadas para crianças por Lina Bo Bardi para a área de convivência do SESC Pompéia em São Paulo. Tudela modifica a escala do desenho original transformando-o em uma metade de cubo de 1x1m.  Estas metades oblíquas evidenciam tanto a maleabilidade do conceito original de Lina quanto suas características minimalistas. Tudela também brinca com as alturas dos assentos colocando-os em diferentes níveis, gesto que alude ao processo geológico de sedimentação.

O interesse do artista em noções de tradução, deslocamento e sobreposição são desenvolvidos no segundo grupo de obras. Estas esculturas são feitas com bolsas para djembes (tambores africanos), placas de cobre, roupas e pedras. As bolsas carregam padrões, alças e acabamentos de várias origens. O que era considerado culturalmente específico torna-se signo de um hibridismo latente da nova cultura global. Ao interferir nas bolsas com placas de cobre e pedras, o artista cria por contraste um espaço escultural que emoldura e evidencia as características transculturais do objeto.

O filme Mano Sosteniendo (Mão Sustentando) mostra uma mão segurando pedras variadas tentado avaliar seu peso, forma e tamanho. Como a mão registra a pedra o filme registra a mão em ação. Este ato de espelhamento revela algo de importante sobre o modus operandi do artista: a constante reavaliação de um mesmo objeto e seu contexto.

Armando Andrade Tudela nasceu em Lima no Peru em 1975 e vive em Berlim.  Já participou do Panorama de Arte Brasileira em 2009 e da Bienal de São Paulo em 2006 e teve individual no Museu d’ Art Contemporani de Barcelona. Sua obra está nas coleções do Tate, Londres e MOMA, Nova York, entre outras.