Mauro Piva

Jun 25 – Jul 27, 2002


Galeria Fortes Vilaça

A Galeria Fortes Vilaça tem o prazer de apresentar trabalhos inéditos de Mauro Piva. O artista paulista usa aquarela e nanquim para criar um universo particular com referências a pintura e ao desenho arquitetônico.

Esta é a terceira individual do artista em São Paulo. Em seus primeiros trabalhos, personagens anônimos habitavam um espaço vazio eventualmente cortado por linhas e planos. Essas figuras, sem rosto, se expressavam através do movimento do corpo, que ora aparecia inteiro, ora em detalhes. Explorando a relação entre o corpo e o espaço Piva desenvolveu um vocabulário visual rico em possibilidades expressivas e desdobramentos formais.

Em seus novos trabalhos o vazio dá lugar a cores e padrões do desenho arquitetônico. Os planos e linhas abstratas ganharam a forma de cadeiras, estantes, mesas. Os espaços têm texturas domésticas: madeiras, pisos, papéis de parede. Os personagens, ainda anônimos, aparecem repetidos várias vezes no mesmo espaço sugerindo a passagem do tempo através de movimentos em seqüência; ou situações conflitantes quando realizam ações que se opõem.

A arquitetura também empresta perspectivas e pontos de vista. Um grupo de três trabalhos é apresentado sobre estantes para que os desenhos sejam vistos como planta baixa. Nestes trabalhos Piva cria um jogo formal com a disposição de móveis e ambientes, segundo o artista: “são ambientes imaginários, o espaço se transforma num elemento a mais para se falar do homem”.  Num outro trabalho, o artista apresenta sobre uma mesa vários desenhos em que duas figuras aparecem em situações diferentes, como uma história de amor fragmentada.

Em outros desenhos de maior escala, o aparecimento de símbolos revela outras possibilidades narrativas na obra. Aqui, uma figura solitária aparece vestindo uma coroa.

Desde sua primeira exposição no mezanino da Galeria Camargo Vilaça em São Paulo, Mauro Piva começou a conquistar visibilidade internacional, tendo obras adquiridas por grandes coleções dos Estados Unidos e Europa. Este ano o artista participa da exposição Caminhos do Contemporâneo com abertura no dia 6 de julho, no Paço Imperial do Rio de Janeiro. Piva mereceu menção crítica de Douglas Fogle na ArtForum em março deste ano, além de ter sido selecionado como um dos artistas-tema para um seminário sobre desenho contemporâneo no MOMA NY.

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