poT

19 Dec 2002 – 28 Feb 2003


Galeria Fortes Vilaça

Galeria Fortes Vilaça tem o prazer de apresentar para o público brasileiro a itinerância da exposição poT. Previamente apresentada na Inglaterra, poT fez parte do programa de exposições da II Bienal de Liverpool, que aconteceu em setembro deste ano. A exposição reúne artistas de vários países e gerações tendo como fio condutor a relação entre a arte e objetos de uso doméstico. Esculturas, pinturas, fotografias e vídeo exploram possibilidades formais, poéticas, e até mesmo políticas de jarros, vasos, copos, baldes e etc.

O nome poT (vaso ou pote em inglês) remete a confecção de objetos de cerâmica. "Esses trabalhos parecem ter sido moldados a partir de um bloco, como na tradição da cerâmica. Movimentos giratórios do pensamento do artista e da "modelagem" dos trabalhos são conduzidos sem hierarquia aparente, em comum acordo para a realização do "vaso". (…) Nenhum deles parece estar comentando a dificuldade de fazer arte, não fazem nenhum malabarismo descrente, mas já começam a existir com a coragem com que existem uma xícara ou um relógio".

A seleção de artistas é heterodoxa, ao lado de nomes consagrados como Lygia Pape, Hélio Oiticica, e Nelson Leirner aparecem artistas internacionais como Sarah Lucas (um dos principais nomes da arte britânica dos anos noventa) e também jovens artistas como Marepe, Tiago Carneiro da Cunha e Xu. A presença de diferentes gerações enriquece o conjunto dos trabalhos, que se agrupam subjetivamente por afinidades de forma, material ou conteúdo.

Os objetos do dia-a-dia ganham contornos inesperados, como em OVNI de Iran do Espírito Santo, uma escultura feita com dois pratos de aço inoxidável dispostos um em cima do outro, como um disco voador; ou em Terracota Ebony, de Alexandre da Cunha – um conjunto de objetos com a aparência de cerâmica, feitos com peças de borracha de desentupidores de pia.

Outros trabalhos privilegiam um certo aspecto fantástico da realidade, e parecem conter uma narrativa. É o caso da escultura da inglesa Jean Lee que mostra uma planta de verdade com as folhas pintadas de cores variadas e de Caroline Mc Carthy, também inglesa, – sua obra é um copo de Pepsi-Cola com um canudo que roda permanentemente.

Destaca-se ainda a obra Lata Fogo, um trabalho de Hélio Oiticica de 1966, em que o artista se apropria dos baldes com fogo utilizados para sinalizar obras nas estradas. poT tem um catálogo ilustrado que estará à venda na galeria.

Imagens